Sindicato Rural de Cascavel repudia suspensão do Plano Safra
O Ministério da Fazenda determinou a interrupção das novas concessões de financiamentos rurais com equalização de taxas de juros dentro do Plano Safra 2024/2025. A decisão foi formalizada por meio do Ofício Circular SEI nº 282/2025/MF, assinado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira, e enviado às instituições financeiras encarregadas da liberação do crédito rural.
Segundo o documento, a medida passa a valer a partir de hoje, 21 de fevereiro, e seguirá em vigor até nova determinação. A única exceção são as linhas de financiamento do Pronaf Custeio, conforme estipulado na Portaria MF nº 1.138, de 10 de julho de 2024.
Motivos da suspensão
A paralisação das concessões ocorre devido à revisão dos gastos com a equalização de juros, conduzida pela Secretaria de Política Econômica (SPE/MF). De acordo com o Ministério da Fazenda, novos parâmetros econômicos apontaram um aumento expressivo nas despesas com a equalização, impulsionado pelo crescimento dos índices econômicos que compõem os custos dos financiamentos.
O ofício detalha que a atualização das projeções de gastos para 2025 revelou um “crescimento significativo das despesas em função da forte elevação dos índices econômicos”, o que impactou a formulação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.
Diante desse contexto, e considerando que a Proposta de Lei Orçamentária para 2025 ainda não foi aprovada, o governo optou por “determinar a suspensão” dos novos financiamentos subsidiados pelo Tesouro Nacional.
Sindicato Rural de Cascavel repudia a decisão – NOTA OFICIAL
“O Sindicato Rural de Cascavel manifesta seu profundo descontentamento e preocupação com a decisão do governo federal de suspender novos financiamentos subvencionados no âmbito do Plano Safra 2024/25. Essa medida impõe um golpe severo aos produtores rurais, penalizando justamente aqueles que sustentam a economia do país, garantem a segurança alimentar da população e impulsionam o desenvolvimento nacional.
Mais uma vez, em um momento de desequilíbrio fiscal, o governo escolhe punir o setor agropecuário, que mais gera empregos e movimenta a economia, em vez de buscar cortes mais equilibrados ou distribuir os impactos entre diferentes áreas. Essa decisão revela a falta de compromisso com a responsabilidade fiscal e a ausência de valorização daqueles que trabalham incansavelmente para produzir alimentos e riquezas para o Brasil.
A suspensão dos financiamentos compromete diretamente a safra, inviabiliza novos e necessários investimentos no campo e gera um efeito cascata que pode resultar em queda de produtividade, aumento dos custos para o consumidor e desaceleração econômica. Além disso, a justificativa apresentada – a demora na aprovação do Orçamento da União e o aumento dos custos financeiros – não pode recair sobre os ombros dos produtores rurais, que já enfrentam desafios climáticos, logísticos e tributários diários.
O Sindicato Rural de Cascavel se une ao clamor do setor produtivo e exige a retomada imediata das contratações e a liberação dos recursos prometidos no Plano Safra, garantindo a previsibilidade e a segurança necessárias para que os agricultores e pecuaristas possam continuar contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.”